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Brasil legaliza casinos: luz verde para uma indústria multibilionária

2024-08-14 11:59:12

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Hoje marca uma decisão histórica de uma nova era para o entretenimento e para a economia brasileira. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou um projeto de lei que legaliza os casinos, os bingos e o tradicional jogo do bicho. A medida surge depois de o Projeto de Lei 2234/2022 ter obtido uma estreita maioria, com 14 votos a favor e 12 contra. A aprovação do projeto de lei sinaliza uma mudança significativa na postura do Brasil em relação ao jogo, que tem sido alvo de inúmeros debates e adiamentos.

O projeto, que está em tramitação legislativa desde a sua introdução na Câmara dos Representantes em 1991 como Projeto de Lei 442.91, viu finalmente a luz do dia. Liderada pelo senador Irajá (PSD-TO), a legislação visa regular e legitimar uma indústria que há muito opera na sombra. O senador enfatizou os benefícios sociais e económicos da legalização do jogo, traçando paralelos com as histórias de sucesso de Las Vegas, Cancún e Macau, bem como de outros países da América Latina onde o jogo é legal.

O relatório do senador Irajá destacou o potencial do Brasil para gerar aproximadamente 22 mil milhões de reais (4,05 mil milhões de dólares) por ano em impostos diretos provenientes das atividades recentemente legalizadas. Argumentou que a medida não só reduziria o jogo ilegal, como também criaria oportunidades de emprego formal, citando que só o jogo do bicho proporciona actualmente mais de 1 milhão de empregos informais.

A proposta traça uma abordagem estratégica para a criação de casinos, limitando a sua presença a um por estado e Distrito Federal, com exceções para estados mais populosos ou maiores como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará. Estes casinos serão integrados em centros turísticos ou complexos de lazer, incluindo hotéis de luxo com pelo menos 100 quartos, restaurantes, bares e espaços para reuniões e eventos culturais.

Plinio Lemos Jorge, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) do Brasil, descreveu a aprovação da proposta no Brasil como um marco muito importante para o setor. “Significa que estamos cada vez mais perto de ter uma legislação atualizada, descriminalizando estas modalidades”. Acrescentou que a ANJL continuará a trabalhar para que a proposta seja também aprovada no plenário do Senado “e, claro, defendendo sempre a formação de um mercado honesto e transparente, que respeite os apostadores”. Lemos Jorge acredita que o Brasil tem um enorme potencial para atrair grandes players internacionais, “dinamizando a economia e gerando recursos e empregos neste novo setor”.

O projecto de lei permite o funcionamento de casinos em embarcações marítimas, com um limite de dez para todo o país, e em navios fluviais com pelo menos 50 quartos. O número de casinos nas embarcações fluviais é determinado pela extensão do rio, existindo um máximo de três casinos em rios superiores a 3.500 quilómetros. Estes casinos fluviais estão proibidos de fundear no mesmo local por mais de 30 dias consecutivos.

Nova era para o entretenimento brasileiro


A legislação regula ainda os jogos de bingo, tanto no formato cartão como eletrónico, permitindo a credenciação de uma pessoa coletiva por cada 700 mil habitantes de cada estado para operar o jogo. Estas autorizações são válidas por 25 anos e renováveis ​​por igual período. Além disso, as corridas de cavalos podem ser operadas por entidades turf acreditadas pelo Ministério da Agricultura, que também podem realizar jogos de bingo e vídeo bingo em simultâneo.

Sua Excelência John Aquilina, Embaixador de Malta no Brasil, disse que legalizar e regular os jogos no Brasil tem muitos resultados positivos. Alinha o Brasil com as tendências globais e ajuda a garantir que os jogos são conduzidos de forma responsável e ética. Em declarações ao SiGMA News, disse que a legalização é uma medida eficaz contra as actividades ilegais de jogo e, em geral, contribuirá para uma sociedade segura. O Embaixador acrescentou que a legalização dos jogos criará novas oportunidades de emprego no Brasil e gerará receitas para o país.

A aprovação deste projeto de lei reflete a evolução da perspetiva do Brasil em relação ao jogo. Estabelece uma tendência global em que os países reconhecem o potencial económico das indústrias de jogo reguladas. O aumento previsto da receita fiscal e da criação de emprego posiciona o Brasil para capitalizar um setor que se tem mostrado rentável para outras nações.

À medida que o projecto de lei avança para o Plenário da Câmara para posterior deliberação, e potencialmente para sanção presidencial sem alterações, transporta consigo as esperanças de uma nação que procura diversificar a sua economia e modernizar a sua indústria do entretenimento. A decisão da CCJ é mais do que uma vitória legislativa; é um aceno ao futuro, onde o Brasil poderá juntar-se às fileiras dos destinos globais conhecidos pelos seus cenários de jogo vibrantes e regulamentados.

Este desenvolvimento não está isento de detratores, alguns dos quais expressaram preocupações sobre os impactos sociais do jogo. No entanto, os proponentes do projecto de lei têm-se mantido firmes na sua crença de que os benefícios compensam os riscos. Defendem que a legalização e regulamentação do jogo trará transparência e supervisão a uma indústria que há muito funciona sem ela.

O Brasil está prestes a abraçar uma nova faceta da sua identidade cultural e económica. A implementação bem-sucedida desta legislação poderá servir de modelo para outras nações que considerem a legalização do jogo. É um passo ousado para um país conhecido pela sua cultura vibrante e entusiasmo pela vida, e pode muito bem ser o início de um capítulo próspero na história do Brasil.

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